Vamos reforçar o diálogo sobre empatia?

Por Sara Puerta 

Atualmente, muito tem se falado sobre empatia. Ainda bem! A definição desta palavra nada mais é do que a compreensão de emoções de outras pessoas. É o famoso: “colocar-se no lugar do outro”. Dizendo assim, parece simples, mas a verdade é que não é tão fácil assim exercer essa troca de lugar.  
Por essa razão é que o tema é sempre colocado em pauta. 

Mas a verdade é que quando conseguimos trazer à tona esse sentimento, além de impactar positivamente o convívio, fortalecendo a confiança, a empatia é um dos fortes caminhos para acabar com a desigualdade. Pode acreditar. Sociedades mais empáticas, logo, são mais justas, possuindo sistemas e legislações que garantam equidade e combatem preconceitos.

E como criar um mundo
com mais empatia? Essa construção começa ainda na infância, que já ajuda a criança no aprendizado, no seu desenvolvimento e a lidar com os desafios. Para os pais que não sabem por onde começar, fica a dica: leia para ela, estimule a leitura.

A literatura é um poderoso elemento para desenvolver a empatia.

Por meio dos livros,  ao ter contato com diferentes histórias, as crianças têm a possibilidade de ampliar o entendimento sobre a vida das outras pessoas, além de estimular a formação de ideias sobre as emoções e comportamentos dos outros, e levá-las para a vida real.

Para  o psicólogo, romancista e professor da Universidade de Toronto, Keith Oatley, autor de estudos sobre a literatura, aprendizagem e empatia, a narrativa ficcional simula uma espécie de mundo social que causa compreensão no leitor, ao atribuir características aos personagens.

Em uma de suas pesquisas, foi solicitado a vários participantes, conectados a aparelhos de ressonância magnética, que imaginassem uma cena a partir de objetos aleatórios, e, a partir disso, os voluntários deveriam imaginar situações em que havia ajuda entre pessoas, com esses itens. 

Segundo Oatley, com apenas três citações, já era percebida uma atividade no hipocampo, região ligada à aprendizagem e à memória. Isso também explica que os escritores não precisam fazer grandes descrições, bastam poucas palavras para  a imaginação do leitor já ser facilmente ativada.

O outro experimento que fundamentou sua pesquisa, solicitava aos participantes observar fotografias com olhares de pessoas, e, então,  descrever qual o sentimento transmitido por eles. O resultado apontou que os leitores de ficção chegaram mais próximos ao estado de ânimo dos fotografados.

VOCÊ CONHECE O MUSEU DA EMPATIA? 

A arte, ao redor do mundo, também tem criado contribuições para a valorização do olhar empático. O Museu da Empatia, fundado em Londres, é uma delas.  

O Museu foi criado no ano de 2015. Desde então, uma versão menor de sua
exposição interativa “A Mile in My Shoes” passou a circular por diferentes cidades (a exposição esteve em São Paulo em 2017), com o propósito de promover a transformação, provocando o sentimento de empatia.
Inspirado no provérbio americano “never judge a man
until you have walked a mile in his moccasins” (algo como “nunca julgue um homem até ter caminhado uma milha nos seus sapatos), o Museu criou uma prateleira de calçados (como se fosse uma loja), para que os visitantes possam vestir literalmente os sapatos de uma outra pessoa, caminhar com eles e ouvir suas história. Os relatos abordam variados aspectos da vida, desde situações difíceis e dolorosas a mensagens de amor e de esperança.

Outro projeto do Museu é o “Thousand and One Books”, uma biblioteca itinerante preenchida com “mil e um livros” doados. Cada livro tem uma dedicatória e é escolhido por meio dela. Só então, o visitante conhece o título e o autor da obra. Depois de ler, ele é incentivado a passar o título adiante (como deixá-lo em bancos de parque), para que outras pessoas também possam ter acesso a ele.

Também foi criada uma “Human Library” (Biblioteca Humana), espaço que, em vez de pegar um livro para ler, o visitante “pega emprestado” a história de uma outra pessoa, como se ela fosse um “livro vivo”.

Clique aqui para conhecer mais sobre o Museu da Empatia 

Sara Puerta

É jornalista e atua com comunicação desde 2002, passando pelas áreas da cultura, entretenimento e educação, em sites, revistas, produção de conteúdo para redes sociais, design de informação e assessoria de imprensa.
Pela Rota Imaginária lançou “Quando tudo isso passar”, um livro que mostra a visão de um garoto de 7 anos em relação à pandemia.

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